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sábado, 12 de março de 2011

Negócios Sociais no Mundo

O programa Mundo SA da Globo News realizou uma matéria recente sobre os negócios sociais no Reino Unido. Realmente os negócios sociais evoluíram bastante no Reino Unido, principalmente em relação a infraestrutura e marco legal. Algumas lições podem ser úteis ao Brasil, mas a realidade brasileira exige não só modelos de negócios diferentes, mas fundamentalmente, negócios sociais que resolvam os desafios socioambientais do país.

Pode-se argumentar que assim como os negócios convencionais foram disseminados como franquias os negócios sociais também podem ser replicados. Isso realmente pode ocorrer com alguns modelos de negócios sociais. Estamos tendo esta experiência com o The Hub que começou em Londres em 2005/6 e hoje está em mais de 20 países. No entanto, o modelo tem sido adaptado para a realidade local e a governança global funciona com um sistema diferente da relação franqueador-franqueado. Muitos negócios sociais questionam as relações de poder entre os públicos de interesse (investidores, gestores, clientes, fornecedores) e isso se reflete na governança do negócio.

Na próxima semana teremos um encontro envolvendo todos os Hubs da rede internacional para discutirmos e aperfeiçoarmos o modelo de governança global, é um processo de aprendizado bastante criativo. Existem poucas referências de redes de negócios sociais no mundo e buscamos construir um modelo que reflita a identidade da organização e ao mesmo tempo seja ágil e eficiente.

Os negócios sociais do Reino Unido, em particular de Londres, podem contribuir bastante para a criação de negócios na área urbana de grandes cidades brasileiras. No entanto, quando pensamos na periferia dos centros urbanos, a Índia pode contribuir com mais ideias e modelos, já que a realidade é mais próxima do Brasil. Da mesma forma o Brasil pode contribuir com suas ideias para inspirar mais negócios sociais em outros países.

Os negócios sociais demonstraram que é possível fazer negócios de uma forma diferente. Agora existe a oportunidade de criar novos modelos de expansão e governança que demonstrem formas alternativas de expandir e co-criar redes de negócios que tenham ganho de escala sem perder a qualidade das relações. Essas relações locais dependem do envolvimento e do poder dos gestores de cada unidade de negócio para alterar regras, customizar os produtos e serviços em função das necessidades e diferenças no contexto em que atua. Em suma estamos falando de um negócio mais democrático, um sistema que redistribui mais o poder entre os públicos de interesse.

Continuarei compartilhando por aqui minhas dúvidas e aprendizados nesse processo e novas ideias são sempre bem vindas!