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domingo, 5 de dezembro de 2010

Engajando Todos os Setores


No meu primeiro trabalho acadêmico na área de desenvolvimento escrevi sobre a importância de engajar todos os setores para promover o desenvolvimento socio-economico. Nesta área discute-se muito qual o ator mais relevante, se é a ajuda internacional, as empresas, o governo ou as organizações da sociedade civil.

No meu ponto de vista faltam atores que busquem o consenso, que compreendam as lacunas e criem organizações/projetos/estratégias para preencher esses espaços. Foi assim que emergiu a Tekoha, ao perceber que o governo, as ONGs e as empresas não estavam conseguindo ampliar a geração de renda de Urucureá no Pará, criou-se um negócio social. A Tekoha é uma empresa social e neste caso vem preenchendo esta lacuna, mas o trabalho do Projeto Saúde Alegria, do Projeto Bagagem, do governo e das empresas e da ajuda internacional financiando esses projetos é fundamental para o desenvolvimento da comunidade.

Não existe o melhor ator, mas sim a necessidade desses vários atores trabalharem em conjunto e sempre voltados a servir as necessidades das comunidades e não agendas ocultas. Esse é um dos grandes desafios do desenvolvimento e da redução da pobreza, como engajar os vários atores da sociedade nessa causa? É importante que os atores sejam reconhecidos e que a estratégia conjunta seja focada na melhoria da qualidade de vida das pessoas, mas acomode os interesses de cada ator.

Para alcançar esses resultados é importante utilizar habilidades Políticas visando assegurar que os atores realmente favoreçam o desenvolvimento humano das comunidades. O P maiúsculo é vital, pois essa mesma ação de engajamento pode estar servindo a interesses mesquinhos, como muitas vezes acontece na política local. No entanto, também não adianta ignorar que esses atores possuem seus interesses, o desafio é conciliar esses interesses e manter o desenvolvimento da comunidade como um objetivo maior.

É possível construir relações em que todos ganhem. Quando a Tekoha identificou o nicho de mercado dos brindes sustentáveis, ela encontrou uma forma da comunidade ganhar ao gerar sua própria fonte de renda e as empresas ficarem satisfeitas em dar brindes a clientes, colaboradores e parceiros alinhados a princípios de sustentabilidade.

Um outro exemplo de negócio social que vem engajando vários setores é o KickStart na África que vende bombas de irrigação para pequenos fazendeiros. Eles conseguiram criar uma ‘indústria’ com vários atores empresariais para fabricar e comercializar essas bombas de irrigação, recebem recursos de assistência internacional e mobilizaram atores que trabalham com micro-finanças para financiar a compra dos pequenos fazendeiros. Essa ferramenta aumenta em 500% a produtividade desses pequenos fazendeiros e eles conseguem escapar do ciclo de pobreza.

Estes exemplos estão aumentando e mais oportunidades estão aí, basta não se prender a uma visão única de como podemos melhorar a vida das pessoas e pensar que todos os atores podem contribuir de alguma forma, cada um a seu modo.

Se quiser ler o trabalho completo em inglês clique aqui.

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