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domingo, 12 de dezembro de 2010

Educação: oportunidades para negócios sociais


Criticar a educação no Brasil é lugar comum. Muito tem sido feito nos últimos anos para ampliar o acesso a educação básica pelo setor público e, mais recentemente, o setor privado investiu de forma bastante agressiva na ampliação do número de vagas em universidades particulares. Os dois movimentos têm algo em comum: crescimento exponencial na quantidade e péssima qualidade.

Agora precisamos de inovações capazes de elevar a qualidade principalmente da educação básica. Existem alguns programas nacionais e estaduais que demonstram que é possível elevar a qualidade do ensino público como apresentado na Economist dessa semana http://www.economist.com/node/17679798?story_id=17679798. Também existem iniciativas interessantes no terceiro setor como alguns processos criados pelo Instituto Ayrton Senna e o Itaú Social, além de vários projetos locais transformando a vida de muitas crianças. O José Bueno, por exemplo, já usou o Aikidô para trabalhar com educação e agora está fazendo alguns pilotos do TinTim (http://zerobueno.blogspot.com/2010/05/pedalada-inovacao.html) buscando uma nova forma de criar experiências de aprendizagens.

Como elevar a qualidade de todas as escolas públicas e das faculdades privadas de todo o país? Essa pode ser uma oportunidade para criar negócios sociais que prestem serviço as escolas e faculdades já existentes ou mesmo que crie novas escolas com novos processos. Na India e mais alguns países no mundo existe um movimento de escolas privadas de baixo custo http://enterprisingschools.com/markets/asia/india. Essa é uma das respostas das empresas sociais a este problema no mundo. No entanto, a questão da qualidade continua sendo o maior desafio. Como podemos inovar na educação? Talvez um novo modelo de organização possa contribuir para gerar mais soluções para este desafio.  Será que precisamos de mais escolas? Existe algum processo de aprendizagem mais efetivo e de baixo custo? Compartilhe suas ideias aqui no blog! Este desafio vale a pena!
 

6 comentários:

  1. Olá Henrique! Obrigado pelo post.
    Não sei como elevar a qualidade das escolas e até acredito que possa haver uma inovação no modelo de organização educacional para algumas escolas públicas ou privadas - vamos ver o que dizem os demais do seu desafio.
    Pessoalmente eu acho que escola tem um modelo de negócio bem particular - complicado para quem fez MBA e pensa em revenues - costs.
    Eu acho triste, no entanto, que tem gente que acha como o pessoal do Economist que "Bad teachers are the biggest handicap". São pessoas que não entendem nada de sistema educacional e seguramente nenhum deles é professor da rede pública.

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  2. Concordo Augusto, coloquei os comentários da Economist como provocação para pensarmos em alternativas. Acho que sua experiência deve estar sendo bem interessante aí na Summerhill, né? Algumas ideias que poderíamos levar para o Brasil? Você acha viável tentar 'melhorar' o sistema atual no Brasil ou teríamos que reinventar o modelo mesmo?

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  3. Oi Boss!
    Semana passada fui numa discussão de caso, no Ibmec, com ex-alunos, sobre o Fundo de Bolsas.
    O Fundo de Bolsas já existe e tem como propósito o apoio financeiro às pessoas com potencial acadêmico, mas que não têm condições de bancar um Ibmec. Do meu ponto de vista, um ótimo propósito, uma vez que além de abrir possibilidades, também fura a bolha das pessoas que lá habitam; se eles não vão até a diversidade, a diversidade vai até eles (veja o Fabinho, por exemplo, quer exemplo melhor de diversidade?).
    Acho que é uma idéia com potencial que pode ser aplicada a outros níveis de educação em instituições que com ética e seriedade. Obviamente, também há muitos desafios; O ponto principal da discussão era como criar uma cultura forte de ex-alunos com pré-disposição a doar, dado que o Brasil não é culturalmente altruísta. Atualmente, apenas 3% das doações são de ex-alunos, o restante é restituição e coleguinhas do Haddad.
    Enfim, era pra lançar solução e lancei mais um desafio, mas, como menos com menos dá mais, parafraseando minha chefe, vuco vuco!

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  4. Flá, os níveis de solidariedade no Brasil tendem a ser mais fortes quando as pessoas têm mais necessidades comuns. No caso de ex-alunos do IBMEC, são uma parcela muito pequena da população e comparando a elite brasileira com outras elites ela não é nada filantrópica mesmo. Acho que uma ideia boa, seria trabalhar o valor da solidariedade durante o curso, pois se durante o curso todo prevalece a ideia de 'there is no free lunch' depois é difícil estimular a solidariedade. Vi isso na FGV também. Agora voltando ao ponto do post, acho que vale a pena pensarmos em modelos mais criativos de educação que talvez tenham um custo muito menor do que esse modelo tradicional e possa ser de fato expandido para todos.

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  5. você viu o Chile?? Los muchachos arrasaram no Pisa e resolveram ver o que os caras estavam fazendo de bom. Estava lendo uma reportagem sobre:
    No final da ditadura Pinochet/1990 eles implementaram um sistema de escolas subsidiadas; o governo dá dinheiro para escolas de gestão privada, com o intuito de estabelecer uma eqüidade no ensino. As escolas que atendem mais pobres e têm menor número de evasão ganham mais $$. Hj, estas escolas, atendem metade das criancinhas chilenas.
    Além disso, desde 97, o ensino básico é obrigatoriamente integral; a cada 4 anos, eles fazem avaliação 360 com os professores; reviram toda grade curricular, enfim... há 20 anos estão realizando uma puta reforma educacional (eles foram os que mais aumentaram a nota no Pisa pq os pobres arrasaram e não só pq os ricos melhoraram, caso do Brasil).
    Também tem a questão cultural; eles têm claro a educação como ferramenta de evolução, não é mais uma questão política e é prioridade. Começaram há 20 anos e agora estão começando a ver os resultados; creio que é um bom exemplo.
    Além disso, acho que deve haver algo ligado a tecnologia, internet, e-learning... com todos estes avanços deve ser possível estruturar algo a favor... Enfim, não sei, só jogando idéias leigamente. (era uma vez um comentário que virou um post).
    Falamos. Bjs

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  6. E verdade Fla, a educaçao e um projeto de longo prazo. Um ponto que talvez seja positivo para o Brasil e o fato de partidos estarem ficando mais tempo no poder, o PSDB por 8 anos e agora o PT com pelo menos 12 anos, isso estimula projetos de mais longo prazo que podem gerar resultados a tempo de impactar as eleicoes. Infelizmente, precisamos contar com esse tipo de 'racionalidade' politica. Ao mesmo tempo a sociedade tem se mobilizado mais pela educacao, como o Movimento Todos Pela Educacao. Mas falta muito para alcancarmos o Chile...

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