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domingo, 26 de dezembro de 2010

Várias estratégias de Desenvolvimento


Alternativas de desenvolvimento para a África, a Ásia e a América Latina estão sempre em discussão. Na última década mais alternativas que utilizam as regras de mercado para reduzir a pobreza começaram a emergir e o maior exemplo concreto dessa tendência é o Grameen Bank. No entanto, as pessoas que divulgam e suportam essa estratégia de criar negócios sociais para reduzir pobreza, muitas vezes têm pouco conhecimento sobre desenvolvimento. As críticas a respeito da ajuda internacional, na maioria das vezes, são genéricas e pouco fundamentadas.

Projetos financiados pela ajuda internacional são diversos, assim como os negócios sociais, alguns são muito eficientes, outros apresentam péssimos resultados. Portanto, para a ideia de negócios sociais contribuir para o desenvolvimento é importante que ela complemente aqueles projetos que são eficientes e que os projetos que não apresentam resultados deixem de desperdiçar dinheiro público. Para isso é necessário que avaliações menos genéricas e mais detalhadas sejam realizadas.
 

Os negócios sociais têm demonstrado um grande potencial par reduzir a pobreza, mas a maioria dos exemplos de negócios sociais bem sucedidos apresentam muitas limitações para reduzir a pobreza extrema. Organizações que perceberam isso como a BRAC em Bangladesh adotaram estratégias por meio de modelos de doação para conseguir trabalhar com as pessoas em pobreza extrema, já que o modelo de negócio social deles não conseguia atender essa população.


Uma qualidade muito especial dos negócios sociais é a capacidade de olhar para o pobreza e ver oportunidades de geração de riqueza, reconhecer que todas as pessoas têm potencial se tiverem oportunidade para expressá-lo. Essa qualidade deve ser transmitida para as outras estratégias de desenvolvimento e ela talvez seja mais importante do que os modelos de negócio em si, pois ela transforma um paradigma nos modelos de desenvolvimento.

Embora eu tenha iniciado negócios sociais e acredite muito no potencial desses negócios para mudarem o mundo, tenho consciência de que nenhum caminho é O único caminho certo. Reconheço as limitações dos negócios sociais. É por isso que precisamos de várias organizações e estratégias diferentes para conseguir erradicar a pobreza e programas de transferência de renda, ONGs que apoiam a educação infantil e negócios sociais, podem e devem trabalhar juntos.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O que você faz de verdade?

[CONTRIBUICAO DA FLAVIA CERRUTI - A Flavia é uma amiga que trabalha na Tekoha e gostaria de compartilhar uma reflexao com todos.]

A cada dia fica mais evidente que carreira profissional e vida pessoal são dois aspectos fundamentais na nossa existência e não podem ser elaborados separadamente. A felicidade e bem-estar de uma pessoa dependem em grande grau da sua ocupação, bem como a mesma é resultado do seu histórico, crenças e escolhas.

No contexto das atuais metrópoles, estamos tão profundamente ligados a nossa profissão que a tomamos como referência: “sou psicólogo, médico, músico; trabalho numa empresa, ONG, banco, etc.” Não se trata apenas de uma apresentação profissional; socialmente, em diversas ocasiões informais, é normal o interesse pelo “o que você faz”.

No entanto, tornou-se tão natural e necessário trabalhar que as pessoas tendem a não refletir sobre o resultado final do seu trabalho. Além do salário e da possibilidade de se sentir pessoalmente realizado, qual a utilidade do seu trabalho?

Passamos a maior parte das nossas vidas trabalhando e toda esta dedicação serve para quê? E para quem? Independente da área de atuação ou nível hierárquico, o que você devolve para sociedade por meio do trabalho? Por que escolheu esta ocupação e não outra? Que diferença faria se você não estivesse no seu trabalho no longo prazo? O que deixaria de acontecer?

Essas perguntas profundas são importantes, pois no dia-a-dia tendemos a ser superficiais...Os negócios sociais são uma tentativa de trazer significado ao trabalho, mas se também for praticado de maneira incosciente ele não mudará nada.

[CONTRIBUICAO DA FLAVIA CERRUTI]

domingo, 19 de dezembro de 2010

A mídia e os negócios sociais


Os negócios sociais são um fenômeno recente no Brasil. A ideia de um setor 2,5 ou de organizações híbridas, que são algo entre os negócios tradicionais e as organizações da sociedade civil começou a tomar forma em 2006 e 2007.

Em 2009 e neste ano a mídia começou a divulgar mais essas iniciativas. No final de 2009, a revista Pequenas Empresas Grandes Negócios fez uma extensa matéria sobre negócios sociais http://alturl.com/jasn5. Outros veículos de comunicação também tentaram fazer matérias sobre negócios sociais. Na Tekoha demos uma entrevista para a Folha de São Paulo, mas a edição da entrevista não passou a ideia central dos negócios sociais de que são organizações com uma missão social e que vêm no modelo de negócio lucrativo a melhor forma de atingir essa missão. Muitos confundem os negócios sociais com a ideia de sustentabilidade nos negócios. Ao meu ver a diferença é que os negócios sociais são criados para resolver um problema social e ambiental e o modelo de negócio lucrativo é apenas a forma encontrada para atingir o objetivo socio-ambiental.

A revista Results On por ser uma publicação mais jovem e focada em empreendedorismo vem acompanhando esse movimento de negócios sociais mais de perto e já publicou algumas reportagens como essa http://alturl.com/6qwm8. Mesmo alguns veículos mais focados no setor empresarial e nas grandes empresas como a Época Negócios, já publicaram matérias sobre negócios sociais, como essa matéria sobre o The Hub http://alturl.com/7ag27.  

Essa semana a Revista Época fez uma matéria sobre a Tekoha (http://alturl.com/4xqif - é preciso ser assinante para acessar), que utilizando a internet, conecta comunidades e consumidores, mas do que isso a ideia central da Tekoha é criar um mercado que inclua as comunidades de forma mais estratégica e que elas possam gerar renda a partir dos seus saberes. É importante que assim como esses jornalistas entenderam o conceito de negócios sociais, mais pessoas da mídia compreendam e disseminem a ideia.

Para os negócios sociais se consolidarem como uma alternativa, uma opção de capitalismo mais inclusivo, humano e sustentável é importante que continuemos divulgando a ideia e aprimorando os negócios que não estão prontos, não temos a resposta, mas estamos num caminho interessante. A única certeza que temos é que o modelo atual não faz sentido. Afinal, qual o significado de levantar todos os dias para aumentar o retorno do acionista da sua empresa? Ou mesmo seu próprio salário? E ao mesmo tempo ter que conviver com problemas sociais e ambientais.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Educação: oportunidades para negócios sociais


Criticar a educação no Brasil é lugar comum. Muito tem sido feito nos últimos anos para ampliar o acesso a educação básica pelo setor público e, mais recentemente, o setor privado investiu de forma bastante agressiva na ampliação do número de vagas em universidades particulares. Os dois movimentos têm algo em comum: crescimento exponencial na quantidade e péssima qualidade.

Agora precisamos de inovações capazes de elevar a qualidade principalmente da educação básica. Existem alguns programas nacionais e estaduais que demonstram que é possível elevar a qualidade do ensino público como apresentado na Economist dessa semana http://www.economist.com/node/17679798?story_id=17679798. Também existem iniciativas interessantes no terceiro setor como alguns processos criados pelo Instituto Ayrton Senna e o Itaú Social, além de vários projetos locais transformando a vida de muitas crianças. O José Bueno, por exemplo, já usou o Aikidô para trabalhar com educação e agora está fazendo alguns pilotos do TinTim (http://zerobueno.blogspot.com/2010/05/pedalada-inovacao.html) buscando uma nova forma de criar experiências de aprendizagens.

Como elevar a qualidade de todas as escolas públicas e das faculdades privadas de todo o país? Essa pode ser uma oportunidade para criar negócios sociais que prestem serviço as escolas e faculdades já existentes ou mesmo que crie novas escolas com novos processos. Na India e mais alguns países no mundo existe um movimento de escolas privadas de baixo custo http://enterprisingschools.com/markets/asia/india. Essa é uma das respostas das empresas sociais a este problema no mundo. No entanto, a questão da qualidade continua sendo o maior desafio. Como podemos inovar na educação? Talvez um novo modelo de organização possa contribuir para gerar mais soluções para este desafio.  Será que precisamos de mais escolas? Existe algum processo de aprendizagem mais efetivo e de baixo custo? Compartilhe suas ideias aqui no blog! Este desafio vale a pena!
 

domingo, 5 de dezembro de 2010

Engajando Todos os Setores


No meu primeiro trabalho acadêmico na área de desenvolvimento escrevi sobre a importância de engajar todos os setores para promover o desenvolvimento socio-economico. Nesta área discute-se muito qual o ator mais relevante, se é a ajuda internacional, as empresas, o governo ou as organizações da sociedade civil.

No meu ponto de vista faltam atores que busquem o consenso, que compreendam as lacunas e criem organizações/projetos/estratégias para preencher esses espaços. Foi assim que emergiu a Tekoha, ao perceber que o governo, as ONGs e as empresas não estavam conseguindo ampliar a geração de renda de Urucureá no Pará, criou-se um negócio social. A Tekoha é uma empresa social e neste caso vem preenchendo esta lacuna, mas o trabalho do Projeto Saúde Alegria, do Projeto Bagagem, do governo e das empresas e da ajuda internacional financiando esses projetos é fundamental para o desenvolvimento da comunidade.

Não existe o melhor ator, mas sim a necessidade desses vários atores trabalharem em conjunto e sempre voltados a servir as necessidades das comunidades e não agendas ocultas. Esse é um dos grandes desafios do desenvolvimento e da redução da pobreza, como engajar os vários atores da sociedade nessa causa? É importante que os atores sejam reconhecidos e que a estratégia conjunta seja focada na melhoria da qualidade de vida das pessoas, mas acomode os interesses de cada ator.

Para alcançar esses resultados é importante utilizar habilidades Políticas visando assegurar que os atores realmente favoreçam o desenvolvimento humano das comunidades. O P maiúsculo é vital, pois essa mesma ação de engajamento pode estar servindo a interesses mesquinhos, como muitas vezes acontece na política local. No entanto, também não adianta ignorar que esses atores possuem seus interesses, o desafio é conciliar esses interesses e manter o desenvolvimento da comunidade como um objetivo maior.

É possível construir relações em que todos ganhem. Quando a Tekoha identificou o nicho de mercado dos brindes sustentáveis, ela encontrou uma forma da comunidade ganhar ao gerar sua própria fonte de renda e as empresas ficarem satisfeitas em dar brindes a clientes, colaboradores e parceiros alinhados a princípios de sustentabilidade.

Um outro exemplo de negócio social que vem engajando vários setores é o KickStart na África que vende bombas de irrigação para pequenos fazendeiros. Eles conseguiram criar uma ‘indústria’ com vários atores empresariais para fabricar e comercializar essas bombas de irrigação, recebem recursos de assistência internacional e mobilizaram atores que trabalham com micro-finanças para financiar a compra dos pequenos fazendeiros. Essa ferramenta aumenta em 500% a produtividade desses pequenos fazendeiros e eles conseguem escapar do ciclo de pobreza.

Estes exemplos estão aumentando e mais oportunidades estão aí, basta não se prender a uma visão única de como podemos melhorar a vida das pessoas e pensar que todos os atores podem contribuir de alguma forma, cada um a seu modo.

Se quiser ler o trabalho completo em inglês clique aqui.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Ampliação do Setor de Negócios Sociais


Neste blog já comentei um pouco sobre as vantagens e desvantagens dos negócios sociais se tornarem mais um setor ou derrubar as barreiras entre os setores.

Neste fim de semana participei de uma conferência sobre negócios sociais em Oxford (www.theemergeconference.org). Na Inglaterra, o setor de negócios sociais está bastante desenvolvido e tem se tornado parte de muitas discussões no mundo dos negócios e na prestação de serviços sociais no governo.

O que está ocorrendo aqui na Inglaterra pode ser interessante para ser aplicado no Brasil em relação as políticas públicas criadas para incentivar os negócios sociais. No entanto, também é importante atentar para os problemas que estão tendo na Inglaterra ao tentar substituir o governo por empresas sociais. Para manter a viabilidade financeira, muitos modelos de negócios sociais não conseguem atuar com os ‘muito pobres’ e acaba atendendo apenas os ‘pobres’, portanto vários serviços sociais precisam continuar sendo executados pelo governo.

Os negócios sociais devem complementar o que já está sendo feito de positivo pelo governo, pelos negócios e pela sociedade civil. A intenção, ao meu ver, não deve ser substituir estes setores e sim contribuir em áreas onde esses setores são pouco eficientes ou não conseguem atuar.

Esta conferência também foi interessante para ver que o Brasil está avançando bastante na criação do campo de negócios sociais, principalmente em função da Artemisia e dos negócios sociais que junto com a Tekoha foram os pioneiros neste setor no país. Continuo vendo um grande potencial nos negócios sociais para contribuírem com a redução da pobreza, mas é importante ver que alguns modelos de negócios sociais sempre deixarão pessoas ‘de fora’ e que elas precisam ser incluídas com políticas públicas e atuação de outras organizações sociais.

domingo, 21 de novembro de 2010

Novas formas, velhos padrões

Grande parte das inovações ocorrem na forma. Poucas transformações alteram o modelo mental, os padrões e princípios que regem as organizações. Muitas vezes o seu propósito se perde na busca pela manutenção da própria organização ou setor.

Essa conclusão surgiu com duas experiências que vivenciei recentemente. Uma delas foi um comentário de um profissional europeu de desenvolvimento socio-econômico que gostaria muito de atuar na América Latina, mas o ''problema'', é que a maioria dos países têm um nível educacional elevado comparado a outros países em desenvolvimento e por isso ele não teria oportunidade de trabalhar em instituições internacionais nesses países, já que a concorrência com profissionais locais é acirrada. Isso explicita o fato de parte da indústria de desenvolvimento operar em torno de si mesma, deixando muitas vezes os seus objetivos principais de lado e passando a buscar recursos ou empregos na área.

O mesmo padrão ocorreu quando observei estratégias de negócios sociais identificando como negativo o fato de grande parte de um estado na India ter acesso a linhas de micro-crédito. Isso faria sentido para uma pequena organização que precisa se sustentar e assegurar que atenderá mais beneficiários no futuro, mas não para uma organização que já está pagando altos dividendos para seus acionistas, como é esse caso. Sendo assim não haveria oportunidades de negócio a serem atendidas por esse negócio social que atua com micro finanças. Novamente, a organização que foi criada para atender necessidades de pessoas de baixa renda perde de vista sua missão e começa a alimentar a si mesma, deixando de buscar problemas sociais a serem resolvidos, e passando a procurar simplesmente mais clientes.

Para estarmos sempre conectados ao propósito das organizações é preciso aceitarmos, que muitas vezes, organizações e setores não precisam ser tão grandes quanto gostariam, em alguns casos deveriam deixar de existir ou passar por um processo de reinvenção radical. Teoricamente é simples, mas na prática isso passa por perdas de empregos, salários, prestígio, recursos públicos, investimentos privados e pelo fim do nosso próprio trabalho e posição na sociedade. Essas transformações exigem desapego.

Com receio de termos que lidar com todo esse processo, acabamos nos concentrando em mudanças superficiais e inovações em modelos de negócio que não passam por uma transformação nos valores e princípios das organizações. Esse risco costuma ser maior em grandes organizações que têm grande parte dos seus colaboradores distantes dos seu clientes, beneficiários e outros públicos de interesse.

domingo, 14 de novembro de 2010

Qual o desenvolvimento que queremos?

O que é desenvolvimento humano? Qual a diferença em relação ao desenvolvimento econômico? Muitas pessoas tendem a considerar desenvolvimento humano o lado 'soft' do desenvolvimento. No entanto, desenvolvimento humano é um conceito mais amplo, que incorpora desenvolvimento econômico. Desde que o ganho econômico seja traduzido em melhoria da qualidade de vida das pessoas e não se limite a aumento de renda de indivíduos que já possuem uma renda 'alta' (acima de US$15 mil ano), por exemplo. O conceito de desenvolvimento humano evoluiu muito com dois pensadores: Amartya Sen, economista indiano (Nobel) e o paquistanês, Mahbub ul Haq, criador do Relatório de Desenvolvimento Humano da ONU.

O conceito de desenvolvimento humano tem como objetivo vislumbrar o aumento da liberdade e da capacidade das pessoas de usufruirem de uma melhor qualidade de vida, seria a realização do ser humano. Para tornar esse objetivo mensurável os índices de desenvolvimento humano limitam-se a renda, educação, expectativa de vida e igualdade, mas isso se deve a limitação de dados disponíveis para cálculo do índice. Como podemos trazer o conceito de desenvolvimento humano não só para países, estados e municípios, mas também para empresas, organizações sociais e indivíduos?

Seria interessante avaliar não só o salário que uma empresa proporciona para o seu colaborador, mas as oportunidades que ela oferece de desenvolvimento pessoal, as qualidade das relações de trabalho, o que ela proporciona para a sociedade e como o colaborador pode realizar seu propósito trabalhando nessa organização. Algumas tentativas de mensurar isso foram feitas por revistas de negócios, mas a meu ver são ainda muito superficiais.

O conceito de desenvolvimento humano é uma resposta mais integral ao conceito de, simplesmente, desenvolvimento econômico e isso pode ser aplicado a vários outros contextos. Ao trazer essa ideia para as organizações, vejo nos negócios sociais uma resposta para a necessidade de instituições mais integrais, que incorporem aspectos humanos, econômicos, sociais e ambientais. Não que os negócios sociais sejam a solução, mas eles são uma tentativa interessante de construir uma organização mais integral.

domingo, 7 de novembro de 2010

Brasil desigual

O país está evoluindo em vários indicadores sociais desde 1994 e vem reduzindo a desigualdade, mas infelizmente ainda somos um dos líderes no mundo, nosso Coeficiente de Gini (indíce utilizado para mensurar a desigualdade) ainda é quase o dobro da India, por exemplo. Vários fatores contribuíram para alcançarmos essa marca, mas o importante é pensarmos e agirmos para mudar essa situação.

Embora o crescimento econômico e a estabilidade do governo nos últimos 16 anos tenha contribuído para melhorarmos a situação brasileira, o combate a desigualdade exige um movimento de toda a sociedade. Redistribuição exige que alguns percam ou ao menos deixem de ganhar para outros, que possuem menos, ganhem.

Recentemente saiu o relatório da ONU com os índices de desenvolvimento humano - http://content.undp.org/go/newsroom/2010/november/people-today-are-healthier-wealthier-and-better-educated----undp-report.en – como é possível verificar o Brasil foi um dos países que mais evoluiu no último ano, no entanto ainda estamos num patamar inferior a média da América Latina! Um país com a capacidade econômica e social do Brasil não poderia estar neste nível, mas um dos fatores mais relevantes que nos impedem de evoluir é a desigualdade.

Fica o desafio, como crescermos redistribuindo renda? Que negócios sociais podem ser criados para redistribuirmos mais renda? Que políticas públicas podem ser implementadas para apoiar este processo? A Tekoha tem contribuido com a redistribuição, o Sementes de Paz (trabalha com pequenos agricultores orgânicos) também tem seu papel, o Projeto Bagagem (turismo comunitário), a Gastromotiva (capacitação de jovens para o mercado gastronômico)...Que tal integrar esse movimento e acelerar esse processo?

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Conciliando assistencialismo e empreendedorismo para promover o desenvolvimento

O programa Bolsa Família no Brasil assumiu um cunho político muito forte e várias análises superficiais sobre o programa são feitas em função da posição política de cada indivíduo. Primeiramente, é importante deixar claro que tanto o PSDB quanto o PT têm méritos sobre a criação e a expansão do programa e que a questão que vale a pena entender é se este programa tem contribuído para a melhoria da vida das pessoas de baixa renda.

Sim, depois de muitas pesquisas o programa se mostrou como um dos mais eficientes na redução da pobreza e embora grande parte da população não beneficiada pelo programa e dos formadores de opinião no Brasil critiquem o carácter assistencialista do programa, ele é uma referência internacional no combate a pobreza. Pesquisas demonstram (para ver algumas dessas pesquisas acesse www.ids.ac.uk) que independente de condições como colocar os filhos na escola ou manter a carteira de vacinação em dia, as famílias tendem a investir mais em educação e saúde. Mitos como o uso do dinheiro para a aquisição de alcool ou cigarros foram derrubados e, sim, esses casos acontecem, mas estão longes de invalidar o programa.

No entanto, este programa pode e deve evoluir. Depois de dar o apoio com a transferência de recursos para as famílias de baixa renda, é importante incentivar atividades empreendedoras que fomentem a economia local. Imaginem se além de transferir renda por meio do Bolsa Família o governo começasse a estimular o empreendedorismo nessas comunidades? Quantos negócios poderiam ser criados? Como as famílias poderiam aumentar suas alternativas de renda? A Tekoha é uma iniciativa que contribui com a economia dessas comunidades e tenho certeza que as comunidades têm potencial para muito mais. Os negócios sociais e outras formas de organizações precisam ser criadas para fomentar essa economia local que pode definitivamente eliminar a pobreza no Brasil. Talvez esse seja o maior desafio do novo governo.

domingo, 24 de outubro de 2010

Empreendedorismo altruísta?

Na área de desenvolvimento socio-economico encontramos iniciativas que, em geral, podem ser classificadas em duas vias: pró-mercado e pró-estado. Esta definição é simplista, mas passa uma ideia do tipo de estratégias para promover o desenvolvimento numa região ou num país. As estratégias pró-mercado são bastante criticadas por contribuirem para o aumento da desigualdade e, embora gerem ganhos econômicos, na maioria das vezes eles ficam concentrados nas mãos de poucos. Já as estratégias pró-estado costumam gerar um desenvolvimento mais igualitário, mas são duramente criticadas por, involuntariamente, fomentarem a corrupção de governos locais ou nacionais.

Embora na academia seja bastante complicado integrar essas duas vias, podemos ver vários exemplos dessa integração no 'campo'. Vários empreendedores sociais que fomentam uma economia mais justa e estimulam o empreendedorismo por meio de organizações da sociedade civil são exemplos. Outros empreendedores de negócios sociais buscam colocar a lógica de mercado a serviço das pessoas que mais precisam.

O mundo não precisa criar mais riquezas como vinha criando antes e sim redistribuir. Isso é fato agora que saíram as últimas pesquisas mostrando que o maior número de pessoas pobres estão nos países de renda média, principalmente India e China e não mais nos países mais pobres da Africa (embora lá ainda existam muitas pessoas a baixo do nível de pobreza). Este é o desafio para os empreendedores de hoje. Como criar negócios / organizações que redistribuam renda? Como assegurar que as 'novas' riquezas criadas cheguem aos mais pobres?

O Brasil melhorou bastante nos últimos 16 anos, mas ainda temos 10 milhões de pessoas vivendo na linha da pobreza, como podemos mudar isso? Esse é o desafio para o novo governo, a sociedade e os (as) empreendedores (as) que queiram fazer a diferença.

domingo, 17 de outubro de 2010

Um novo setor ou o fim da barreira entre os setores?

Por que criar mais um setor? O setor 2,5 pode ser mais um setor ou acabar com a necessidade de dividir a atuação da sociedade em setores.

Essa pergunta me faz pensar porque começaram a emergir organizações híbridas, que não são nem empresas (ao menos não como as que dominam o mercado atualmente) nem organizações da sociedade civil. A resposta para mim ainda não é clara, mas a minha experiência na Tekoha traz algumas ideias.

Quando começamos a Tekoha, foi porque nem as organizações sociais, nem as empresas e nem o governo estavam conseguindo resolver o escoamento de produtos artesanais de comunidades brasileiras (mas tarde percebemos que este não era um desafio apenas no Brasil). As organizações sociais tinham boas intenções, mas pouco conhecimento de mercado ou mesmo foco nessa atividade. As empresas até gostariam de ajudar, mas seu modelo de negócio não foi desenhado pensando em lidar com uma cadeia produtiva com várias unidades espalhadas pelo país produzindo em pequena escala. O governo tem vários programas para tentar atender essa necessidade, mas pouca agilidade.

A incapacidade dos atuais três setores lidarem com alguns desafios da sociedade acaba gerando mais um setor, ou uma mistura do setor dois e três (conhecido como dois e meio). No entanto, é importante que nos desprendamos da separação por setores e comecemos a pensar no desenho de organizações sob-medida para resolverem os desafios da sociedade atual.

Os negócios sociais criam a oportunidade de nos libertarmos da classificação das organizações em 'caixinhas' e visualizarmos a rede de organizações com características diferentes necessárias para enfrentarem os problemas sociais e ambientais que estamos vivendo.

Ao integrarmos nosso ser econômico e nossas outras dimensões, como frizou o Yunus, temos a oportunidade de agirmos de forma integral na sociedade e construirmos uma realidade menos fragmentada. Os setores são apenas uma forma de classificar as organizações para estudos e políticas, mas não deveriam ser grupos de organizações e pessoas que vivem alienadas ou discutindo umas com as outras. Muito pelo contrário, elas deveriam trabalhar juntas para inovar.

Foi assim que surgiu outro negócio social que estou envolvido o The Hub. Este escritório foi desenhado para integrar os setores e não para criar mais um setor. Por isso quando escrevo sobre negócios sociais estou me referindo a uma mistura que faz sentido para mim e muitas pessoas, um pouco do segundo e do terceiro setor.

Vejo nos negócios sociais uma nova forma de servir e não uma nova forma de fazer negócios, já que o propósito das organizações é enfrentar desafios sociais e ambientais e o negócio é o meio, assim como o lucro. Espero que o setor 2,5 seja mais uma mistura de muitas outras que serão desenvolvidas pela criatividade de muitas pessoas que querem construir uma sociedade melhor para Todos.

domingo, 3 de outubro de 2010

Eleições, Sustentabilidade e Pré-Sal

Hoje é um dia importante para todo o país. As eleições definirão quem serão as pessoas que liderarão o governos nos próximos 4 anos. Espero que cada um vote com muita consciência e sugiro dar uma olhada no site com 10 perguntas feitas por cidadãos para todos os candidatos (as) a presidente - http://www.10perguntas.com.br/

No entanto, é importante relembrarmos que independente do resultado das eleições vários desafios ligados a sustentabilidade devem ser enfrentados. A sustentabilidade é um tema transversal que deve estar presente em todos os ministérios e por isso a pressão popular e a participação como cidadão dos processos democráticos, não só votando, mas durante os mandatos, cobrando seus deputados e senadores para serem seus representantes reais é fundamental.

Um dos pontos relevantes para o próximo governo será o Pré-Sal. Este assunto deve ser muito discutido, pois define caminhos estratégicos para o país e pode tirar a atenção do governo para o desenvolvimento de energias renováveis. Vale a pena assistir o documentário sobre o Pré-Sal disponível no Elo Sustentável. Embora tenha um tom ideológico que deve ser avaliado por cada um, traz informações bastante relevantes sobre com o que estamos lidando de fato.

Independente do interesse em migrarmos para as energias renováveis, haverá um período de transição e o petróleo do Pré-Sal pode ser útil para contribuir nesse processo.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Animações sobre consumo consciente

O Instituto Akatu lançou junto com a HP Brasil uma campanha sobre consumo consciente focada no público infantil. Esta campanha vem numa boa hora, pois num momento que as crianças já crescem cercada de eletrônicos e com uma cultura de descarte a cada ano ou a cada seis meses é preciso reinventar essa cultura.

O descarte de material eletrônico é um problema que vem crescendo bastante. Muitas pessoas trocam de celular a cada ano, e de computador a cada dois anos, mas para onde vai todo esse lixo? Uma pequena parte tem seu descarte correto e agora com a Lei de Resíduos Sólidos é possível pressionar os fabricantes a fazerem uma logística reversa, ou seja, assegurar o recolhimento do aparelho depois de usado.

Outro ponto que considerei relevante foi a opção da Akatu de fazer animações, isso demonstra que os vídeos e animações são uma forma mais interessante de transmitir conteúdos relacionados a sustentabilidade. É preciso ter materiais mais interessantes sobre sustentabilidade e consumo consciente, pois só assim será possível influenciar mais gente.

Vejam os vídeos do Elo Sustentável, por exemplo, a busca é achar formas audiovisuais mais interessantes para promover a sustentabilidade. Conheça alguns vídeos clicando aqui e divulguem.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Negócios Sustentáveis

Não é a primeira vez que escrevo nesse blog sobre mobilidade e negócios sustentáveis, mas essa semana um fato me chamou a atenção, até a Revista The Economist está falando de mobilidade urbana e mais, traz uma reportagem com uma pesquisa de mercado sobre os carros compartilhados. (http://alturl.com/y9nu6)

No Brasil, existe a Zazcar que trabalha com o sistema de carros compartilhados em São Paulo e a Green Mobility que discute a mobilidade urbana em empresas, organizações sociais e no governo. Estas duas organizações ficam sediadas no The Hub São Paulo.

Cada vez mais os negócios sociais e sustentáveis estão crescendo e assumindo posições relevantes em seus mercados e na economia em geral. Em busca de um mundo melhor e/ou de oportunidades de negócios mais empreendedores estão "mergulhando" neste mercado e com eles mais clientes e investidores.

Como posso reinventar meu negócio para me adaptar aos limites do Planeta? Onde existem novas oportunidades para tornar nossas vidas mais sustentáveis? Como identificar oportunidades de negócios capazes de resolver os nossos problemas socioambientais? Perguntas como essas nos ajudarão a criar mais negócios como: o Canal Elosustentavel, a Ecossistemas, a Ekoa Café, a Zazcar, a Tekoha, o Wholefood...

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Queimadas

As queimadas recentes que estão ocorrendo em larga escala, principalmente no Tocantins, são mais uma prova de como as questões ambientais estão conectadas com o social, a saúde e o econômico.

Muitas pessoas criticam a preocupação com questões ambientais em detrimento das questões sociais, no entanto, é preciso ter uma visão sistêmica sobre os problemas ambientais e sociais, pois eles estão inter-relacionados.

A falta de investimento na prevenção das queimadas está provocando um desastre ambiental, as doenças respiratórias aumentaram em 70% na região e vai causar um prejuízo econômico grande para custear a saúde pública, a redução da produtividade das pessoas, a diminuição do turismo na região etc. Enfim, fica claro que estamos atuando num mundo sistêmico e não podemos ignorar a complexidade dos problemas.

Muitas pessoas estão atentas a isso, alguns usuários do twitter lançaram a campanha #chegadequeimadas, pois estão vendo as consequências ambientais, sociais e econômicas desse problema.

Fica o convite a começarmos a analisar os desafios que temos para construir um mundo melhor para todos de forma sistêmica, acredito que esse é o primeiro passo para chegarmos em soluções realmente efetivas e conscientes.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Bicicletas Compartilhadas

Depois do movimento dos Carros Compartilhados, agora apareceram as empresas com modelos de bicicletas compartilhadas. No Brasil já existe a Zazcar uma empresa de carros compartilhados que vem crescendo bastante e é uma opção interessante para quem precisa utilizar um carro, mas não quer e nem vê sentido em possuir um.

Uma experiência em Nova Iorque pode inspirar vários empreendedores no Brasil e em outros países a começar essa ideia. Clicando aqui você pode saber um pouco mais dessa iniciativa que promete se espalhar por todos os grandes centros urbanos, confira http://www.wired.com/autopia/2010/08/social_bikes_sobi/.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Tim Jackson e Negócios Sociais

Na última semana Tim Jackson, economista que escreve sobre prosperidade sem crescimento, esteve no Espaço Práticas de Sustentabilidade Santander. Ele falou sobre como os desastres ecológicos têm gerado crescimento econômico, pois envolvem a injeção de milhares de dólares para remediar o desastre. Isso deixa claro que o crescimento do PIB é cada vez mais um indicador paradoxal que não reflete o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Tim comentou que as empresas estão num primeiro estágio da sustentabilidade, mas que um segundo estágio envolve as empresas sociais que ele chamou de B Corporativons. Essas organizações usam o seu poder de negócios para solucionar problemas ambientais e sociais. “Não vamos atingir uma nova economia se continuarmos atados a esse modelo de crescimento centrado na produtividade convencional”, reforça.

Ele fechou a palestra com um comentário pertinente sobre o propósito da vida, a prosperidade: “A palavra prosperidade tem a ver com as nossas expectativas (pro=de acordo com + speres=esperança) em relação àquilo que nos faz bem. Por isso, prosperidade é ter um papel na sociedade, em vez de estarmos ligados ao consumismo no sentido de necessitarmos ter algo para viver”.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Política Nacional de Resíduos Sólidos

Foram 19 anos para a política nacional de resíduos sólidos ser aprovada. Temos que comemorar e nos prepararmos para fiscalizar a aplicação dessa lei. Todos nós, como consumidores podemos fazer valer essa lei ao optar por adquirir produtos das empresas que respeitem essa lei.

O setor eletroeletrônico é um dos mais afetados pela lei e que devemos estar mais atentos ao consumir. Além de racionalizar nosso consumo de computadores, celulares, TVs entre outros é importante que só compremos estes produtos dos fabricantes que estiverem realmente recolhendo os aparelhos que não são mais utilizados.

Atentar para o descarte do nosso lixo é importante, mas reduzir nosso consumo é fundamental. Um dos vídeos destacados no Concurso do Canal Elo Sustentável aborda esse tema, confira abaixo:

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Novos vídeos: Feira de Trocas e outros!

Saiu o resultado do Concurso Elo Sustentável e FIBOPS! Um dos vídeos escolhidos já está no site http://www.blinkxbrasil.com.br/eloplayer?bid=dqxfwc5tkePfDGdMt5srUA.

Este vídeo apresenta uma feira de trocas e mostra como esse evento é uma alternativa para estimular não só o consumo consciente, mas também conectar as pessoas que moram no mesmo bairro. Um espaço de conexão, de encontro.

Assim como esta feira, muitas outras são organizadas em todo o Brasil. O desafio é como expandir mais essas práticas para pessoas que estão pouco conectadas a esses meios. Como seria uma feira de trocas que pessoas "não convertidas" se sentiriam atraídas?

terça-feira, 27 de julho de 2010

Concurso premia melhores projetos de economia verde

Concurso premia melhores projetos de economia verde

Já estão abertas as inscrições para o 1º Concurso de Ideias e Projetos Economia Verde, que premiará as iniciativas que apresentarem as melhores propostas para a redução da emissão de gases de efeito estufa nas atividades empresariais do Estado de São Paulo.

O concurso foi criado com a intenção de contribuir para o alcance da meta proposta na Política Estadual de Mudanças Climáticas, sancionada em novembro do ano passado pelo então governador José Serra com a promessa de reduzir em 20% as emissões de poluentes de São Paulo até o ano de 2020, com base nos dados de 2005 (saiba mais em São Paulo institui política estadual ). 

Pessoas com o segundo grau completo e empresários de companhias de pequeno e médio porte do Estado de São Paulo podem participar do concurso e se inscrever em uma das duas categorias do prêmio, até o dia 31 de julho. São elas:
– iniciativas propostas por pessoas físicas, em que os ganhadores receberão até R$ 10 mil e
– iniciativas propostas por empresas, cuja premiação é de até R$ 25 mil.

Todos os projetos enviados para o concurso, que está sendo promovido pela Agência de Fomento Paulista/Nossa Caixa Desenvolvimento, serão avaliados por uma comissão de profissionais da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e da Cetesb. As melhores iniciativas serão encaminhadas para uma nova comissão – formada pelos especialistas em desenvolvimento sustentável da USP Jacques Marcovith, José Goldemberg e Ricardo Abramovay –, que elegerá os projetos vencedores do concurso.

Os interessados em participar podem acessar o edital do concurso.

1º Concurso de Ideias e Projetos Economia Verde
Inscrições até 31 de julho

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Mobilização Criativa: Elo Sustentável + Eletrocooperativa no Ethos

O canal Elo Sustentável publicou um vídeo sobre a participação do Elo Sustentável na Conferência Internacional do Ethos.

Vale a pena conferir ideias de pessoas de idades diferentes, alguns jovens com ideias ousadas e pessoas com mais experiência também assumindo que precisam repensar seus valores e recomeçar com uma folha em branco.

A diretoria do Ethos também falou da importância de um novo passo, não só transformar a gestão das empresas, mas toda a economia. É urgente a construção de uma economia realmente sustentável.

sábado, 10 de julho de 2010

Ampliando a visão do indivíduo para a comunidade

Estou apoiando a capacitação de um grupo de costureiras em São Bernardo do Campo. Este grupo como muitas das comunidades parceiras da Tekoha trabalham com lógicas econômicas diferentes das empresas "convencionais".

Nosso modelo socio-economico é baseado na meritocracia e na competição. Nada contra o modelo, em princípio, mas ao trabalhar de perto com comunidades fico me questionando, qual o destino de algumas pessoas com capacidade motora e de raciocínio menores do que de outras? Para onde uma pessoa que não consegue se adequar a uma cooperativa oriunda de um projeto social poderá ir?

Quando esse assunto é dialogado em teoria, é fácil dizer, que cada pessoa tem um talento e que deve encontrar seus talentos e aplicá-los a serviço da sociedade. No entanto, muitas vezes essas pessoas tiveram experiências de vida traumáticas que reduziram sua capacidade de lidar com as emoções e com a razão. Por isso, acredito que cada comunidade, cada grupo deve encontrar sua vocação e acolher alguns indíviduos que podem não ser os mais produtivos, mas o seu valor não se limita a sua capacidade produtiva, ele como indíviduo tem valor intrínseco. A compaixão e a solidariedade das pessoas desses grupos devem fazer parte do nosso modelo economico, são valores essenciais para construirmos uma sociedade ética, que não exclui.

Essa visão do coletivo permite que mesmo as pessoas que tiveram menos oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional sejam incluídas na nossa sociedade e num modelo socio-economico-político. Quando reduzimos nossa visão para o indíviduo, limitamos nossa capacidade de incluir as pessoas, pois eles, sozinhos, não têm o apoio necessário para fazer parte do sistema. Entretanto, ao pensarmos em comunidades podemos contribuir com uma sociedade realmente inclusiva.

Modelos de desenvolvimento que excluam não são sustentáveis, pois terão elementos externos a ele que vão se manifestar mais cedo ou mais tarde. Precisamos de modelos de desenvolvimento que incluam todos os indíviduos, a natureza por mais complexos que eles fiquem. Temos que aprender a lidar com essa complexidade.

De quais comunidades você faz parte? Quem está sendo excluído e poderia ser incluído? Pode ser no nosso bairro, no grupo de amigos, nas nossas famílias...Não está aí uma das raízes de uma sociedade mais justa e sustentável?

terça-feira, 6 de julho de 2010

Capital Social e Sustentabilidade

Hoje vivenciei várias experiências que me fizeram parar para refletir sobre a relação do capital social com a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável.

Quando numa sociedade pessoas acham normal o nível de desigualdade que temos no Brasil e na América Latina, o impacto na sustentabilidade é direto. É importante que tragamos essa reflexão para o nosso dia a dia, compactuar com a desigualdade social é achar que o seu salário deve ser 10, 20 ou 50 vezes maior do que o de uma pessoa que trabalha na limpeza da sua empresa ou da sua própria casa.

Primeiro, é importante esclarecer o que define o capital social de uma sociedade, de um país: o nível de confiança entre as pessoas, a capacidade de associatividade (cooperação), o nível de consciência cívica e os valores éticos. A questão da desigualdade está mais atrelada aos valores éticos. Não é ético compactuar com a desigualdade que vivemos.

Em sociedades como a Dinamarca ou a Finlândia, a diferença salarial é muito pequena. Alguns poderiam argumentar que isso é óbvio, pois são países muito ricos, no entanto um executivo na Dinamarca ganha menos que um alto executivo na França ou Alemanha. Por que ele não se muda para trabalhar num país que remunere mais? De acordo com uma pesquisa realizada pelo Bernardo Kliksberg, eles não se mudam pela coesão social, por acharem injustas as diferenças salariais em outros países mesmo que eles passem a ganhar mais.

Quando não temos nossas necessidades básicas supridas fica difícil pensar em questões como essa, mas esse não é o caso da classe média alta ou dos mais abastados de países lationo americanos. Portanto, cabe a todos nós pensarmos como podemos mudar essa realidade? O que podemos mudar no nosso dia-a-dia para gerar um impacto direto na redução da desigualdade? Para quem, ou melhor para que propósito (ou falta de propósito) vamos trabalhar? Quando escolhemos um trabalho, levamos em consideração o impacto que ele tem na sociedade? Quem devemos pagar melhor? O que devemos deixar de comprar...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Green Drinks hoje: Instituto Mais e Concurso Elo Sustentável!

Hoje no Green Drinks na Ekoa Café o Henrique do Instituto Mais falará sobre o trabalho de registrar e divulgar práticas socioambientais bem sucedidas. Ele também mencionará a FIBoPS, um evento que reúne boas práticas socioambientais de todo o país.

O Instituto Mais é parceiro do Canal Elo Sustentável no lançamento do concurso de vídeos sobre práticas socioambientais. É uma ótima oportunidade de empresas e organizações sociais divulgarem o seu trabalho, confira mais detalhes no http://www.fibops.com.br/pag_fibops.php?cod=298.

O Canal Elo Sustentável conta com um acervo cada vez maior de vídeos de qualidade sobre sustentabilidade, confira este vídeo do Eduardo Giannetti, economista e professor universitário, sobre a economia de baixo carbono - http://www.blinkxbrasil.com.br/eloplayer?bid=w8qy-xSYU6nhljDJh1rAFA.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Concurso de vídeos socioambientais!

A Elo Company em parceria com a FIBoPS (Feira Internacional de Práticas Socioambientais) está promovendo um concurso de vídeos que relatem boas práticas socioambientais! É uma ótima oportunidade para divulgar suas práticas e conhecer ideias e inovações que outras pessoas e organizações estão criando.

As inscrições do trabalho vão até o dia 20 de julho e no próximo Green Drinks na Ekoa Café da Vila Madalena (www.ekoacafe.com.br) o Henrique Mendes do Instituto Mais (organizadores da FIBoPS) falará mais do concurso e da próxima FIBoPS. O próximo Green Drinks será no dia 1o de julho das 19h30 as 22h00 na Rua Fradique Coutinho, 914 - Vila Madalena - São Paulo.

O canal Elo Sustentável exibirá o vídeo ganhador! Aliás o canal está com muitas novidades, vale a pena conferir www.elosustentavel.com.br

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Ecosystem!

O canal Elo Sustentável acabou de colocar no ar a cobertura que fizeram do Ecosystem, um festival de música eletrônica, ecologia e direitos humanos. Acho muito importante integrar temas relevantes como ecologia e direitos humanos a diversão. Um dos problemas de quem trabalha com causas importantes para a humanidade é a tentativa de disseminar os conceitos de forma pouco lúdica, isso dificulta muito o envolvimento de mais pessoas.

O Ecosystem começou a ser idealizado em 2001 pelo Carlos Slinger e já foram realizadas 5 edições, a última em setembro de 2009 na Matilha Cultural. Neste vídeo aparecem várias ideias interessantes de multiplicar práticas sustentáveis como a Ecoleo de reciclagem de óleo de cozinha.

Agora vamos torcer para ter o Ecosystem 2010! Confiram o vídeo clicando aqui!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Turismo Sustentável - Rota da Liberdade

No último sábado tive uma experiência incrível aqui em Cachoeira na Bahia, a 1h30 de Salvador. Participei do Rota da Liberdade, roteiro étnico criado por comunidades remanescentes de quilombos.

Os guias são pessoas da comunidade, pessoas autênticas que transmitem a sua história e o seu jeito de viver inspirador! Começamos ouvindo um pouco da parte histórica...


As guias da foto são a Belinha, a Joca e a Pina que contam com orgulho a história local e principalmente do Kaonge, comunidade da qual elas fazem parte!

Depois fomos ver como funciona a produção do azeite de dendê e até experimentamos um dendê assado!




Depois de conhecer muito sobre a comunidade, ver seus processos produtivos, ter uma almoço delicioso, tivemos uma conversa com a Dona Juvani, mulher incrível de muita garra, matriarca e líder espiritual da comunidade.

E para finalizar as crianças da comunidade fizeram uma apresentação de Dança Afro e fechamos com um samba de roda com todos participando!



Para quem quiser conhecer recomendo fortemente! É só entrar em contato com o Jone - ramos@ibens.org que ele pode organizar sua visita com o grupo!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

José Eli da Veiga, Economia de Baixo Carbono e Cachoeira (Bahia)

Neste vídeo o José Eli da Veiga, economista da USP especializado em Ecodesenvolvimento, fala um pouco das vantagens comparativas do Brasil quando falamos de economia de baixo carbono. Talvez por ter essas vantagens, o Brasil tem se acomodado e investido muito pouco em inovação para criar alternativas de energias renováveis. Isso pode prejudicar muito o país no futuro, pois novamente dependeremos de tecnologia externa.

O Brasil tem caminhado no sentido contrário, "sujando" sua matriz energética com as termelétricas e considerando que, "modernidades" como o automóvel e indústrias poluidoras sejam símbolos de desenvolvimento. Estou agora em Cachoeira, pequena cidade no Recôncavo Bahiano e me assusto quando vejo que as metas de desenvolvimento regional são mais voltadas para a atração de indústrias pesadas do que para o turismo, apicultura, saberes locais...O IBENS que trabalha fomentando esses negócios ainda é visto como "alternativo", mesmo provando que esses negócios já estão gerando renda significativa para a população local e com um fator de distribuição muito mais interessante do que de uma indústria pesada.

Cabe a empreendedores mais conscientes demonstrar que é possível aliar desenvolvimento (não apenas crescimento) econômico, com o bem estar das pessoas e a preservação ambiental.

Confira o vídeo do José Eli da Veiga no Canal Elo Sustentável, clicando aqui.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Energias Renováveis

Vale a pena conferir o video com o Ricardo Baitelo do Greenpeace. Ele fala um pouco sobre o potencial do Brasil para ser uma referência internacional em energias renováveis, pois nossos recursos naturais permitem que geremos energia solar, eólica, biomassa...

Além disso, ele discute o que seria um modelo de geração de energia realmente sustentável, ou seja, que atente não só para o aspecto econômico, mas para os aspectos ambientais e sociais. Para isso, é importante que mudemos o paradigma de uma produção centralizada com volumes gigantescos e que depois seja distribuído para os centros de consumo. O novo paradigma é de uma geração de energia em pequenos núcleos, mas que o número de núcleos tenha escala para atender toda a demanda da sociedade. Um exemplo interessante que ele cita é de pessoas que já geram energia solar em suas casas e distribuem o que não consomem, criando assim uma alternativa de geração de renda e um modelo de produção e distribuição de energia muito mais sustentável.

Confira mais detalhes no vídeo clicando aqui!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Guerreiros sem Armas Hoje!

Hoje está sendo lançado oficialmente o Guerreiros Sem Armas 2011! Este programa organizado pelo Instituto Elos envolve jovens do mundo inteiro para vivenciar e aprender na prática como mobilizar uma comunidade para ela reconhecer suas forças e promover uma auto-transformação.

Os Guerreiros provocam uma comunidade a sonhar com um espaço, uma vida, uma comunidade ideal! Depois disso mobilizam recursos da própria comunidade para co-construir esse sonho. Eles fizeram isso em várias comunidades brasileiras e hoje já existem Guerreiros espalhando essa metodologia pelo mundo todo.

Em breve, o vídeo da última edição do Guerreiros Sem Armas estará disponível no Elo Sustentável! Aproveite para conferir os novos vídeos do Elo Sustentável, estamos com várias entrevistas novas, uma delas com o Sérgio Besserman, professor do departamento de economia da PUC do RJ.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Economia de baixo carbono

Neste vídeo a Marina Silva comentou um pouco da sua visão de uma economia de baixo carbono. Como ela disse, a economia está mudando seja pelo compromisso de consumidores seja pela mudança na precificação dos produtos já que o mercado de crédito de carbono está começando a beneficiar as produções mais limpas.


Clique aqui para assistir o vídeo com Marina Silva.

Essa discussão não é mais vaga como antes, cada vez temos mais indícios de que nosso padrão de produção e consumo precisa mudar e como podemos ajudar nesse processo? Como consumidores, podemos ter um grande impacto, no site da Akatu você pode encontrar várias dicas! Como cidadãos também podemos levar essa ideia adiante em nosso trabalho, na nossa rua, enfim é preciso realizar uma mudança de cultura. E do ponto de vista mais estratégico, podemos influenciar políticas públicas e movimentos de grandes organizações.

Pronto para co-criar uma economia de baixo carbono?

terça-feira, 4 de maio de 2010

Couro vegetal vira tênis!

Começaram a produzir tênis para skatistas a partir de couro vegetal. O couro vegetal é fabricado através da extração de látex, como foi explicado na reportagem do Estadão - http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,couro-vegetal-vira-tenis-para-skatistas,544757,0.htm.

É importante que os materiais ecológicos comecem a ser produzidos em escala e apareçam em veículos de massa para deixarem de ser apenas alternativas para poucos, mas que comecem a ser opções acessíveis a um grande número de pessoas. No entanto, é importante atentar para não recriarmos mercados de massa que já se mostraram pouco sustentáveis, mesmo que a matéria-prima seja sustentável, pois o volume de produção acaba promovendo vários desequilíbrios socioambientais.

Em 2006, conheci Alciney em Maguari, uma comunidade próxima ao município de Santarém e ele contava da experiência deles com o couro vegetal. Agora essa tecnologia começa a ser utilizada em vários outros locais, o desafio é que esses modelos de negócio incorporem as comunidades na produção e na captação de valor na cadeia. Veja nessa reportagem do Mercado Ético detalhes sobre essa experiência na Amazônia: http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/viver-na-floresta-e-dela-retirar-o-sustento-com-responsabilidade-ambiental/

Modelos de negócio como os do Sementes de Paz, da Tekoha e da Aoka incluem as comunidades e pequenos produtores no modelo de negócio e ajudam a promover o desenvolvimento realmente sustentável dessas regiões.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Transformação profunda ou pequenas mudanças?

Ao ler o artigo da Planeta Sustentável sobre a Campanha One Degree Less fico pensando se essas pequenas mudanças são capazes de promover a sustentabilidade do nosso planeta.

A mudança de consciência é um caminho mais longo e difícil então algumas pessoas procuram simplificar e tentar multiplicar uma pequena ação para um grande número de pessoas. Não sei qual é o melhor caminho, mas admiro as pessoas que estejam colaborando em qualquer um deles.

Uma mudança de consciência passa pela integração de vários aspectos de nossa vida como: trabalho, hábitos em casa, família...Foi percorrendo este caminho que cheguei nos negócios sociais, pois vi estes modelos de negócio como uma forma de integrar o meu trabalho com a minha paixão e um mundo mais sustentável.

Conhecer a vida de outras pessoas que estejam fazendo diferença nos inspira muito a continuar evoluindo, uma dessas pessoas inspiradoras é o agricultor e pesquisador Ernst Gotsch que pode ser visto no vídeo abaixo:



Acho que o nosso trabalho é ajudar cada um a evoluir seja por meio de campanhas como a One Degree Less ou transformando profundamente nossas próprias vidas!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Usina de ideias!

A Artemisia ainda tem algumas vagas para o curso Usina de Ideias, uma ótima forma de se envolver com negócios sociais, para quem tem interesse, mas ainda não sabe por onde começar!

No site tem mais detalhes sobre o programa  http://www.artemisia.org.br/usina_de_ideias.php

Nosso Papel Social

Este fim de semana estive com um grupo de pessoas que estavam refletindo sobre seu papel social, como se engajar para resolver os problemas do país e do planeta? Qual é o meu papel nessa história?

Estive no encontro para compartilhar a minha experiência pessoal, mas essa reflexão foi ótima para mim também. Todos estamos num processo de busca para integrar nosso papel no mundo com as nossas paixões, talentos, hábitos, nossa postura como consumidores, pais, filhos, irmãos, nosso trabalho...Ao meu ver, essa integração é parte importante da solução dos nossos desafios internos e externos.

Fico contente das pessoas começarem a ver sua atuação social integrada a sua atuação profissional e pessoal. Projetos sociais que sejam desconectados da vida das pessoas, como um simples trabalho voluntário ou doação esporádicas, não modificam o sistema, agora ao integrar nossos talentos e paixões e colocá-los a serviço das pessoas e do planeta, podemos unir nossa realização pessoal com um impacto positivo no mundo.

Nos negócios sociais encontrei a integração dos meus talentos e paixões com problemas que o mundo enfrenta, a Tekoha materializou esse sonho. Se é o melhor caminho, o mais eficiente, o que tem mais impacto eu não sei, mas tem significado para mim e para outras pessoas que estão envolvidas e isso é o mais importante. 

As vezes, não sabemos por onde começar...Acredito que o auto-conhecimento e a mão na massa sejam ingredientes importantes! A tecnologia hoje disponibiliza informações de várias organizações que estão fazendo diferença no mundo, sempre divulgo os vídeos da Elo Sustentável por exemplo, que contam histórias muito interessantes.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Começa com Você - Campanha da Carta da Terra começa hoje!

O que é a Carta da Terra?
A “Iniciativa da Carta da Terra” é o nome dado a uma rede global de extraordinária diversidade de pessoas, organizações e instituições que participam da promoção e implantação dos valores e princípios da Carta da Terra.

A Carta da Terra é uma declaração de 16 princípios éticos fundamentais para a construção de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica. Ela é estruturada em quatro grandes tópicos: Respeito e cuidado pela comunidade da vida, integridade ecológica, justiça social e econômica, democracia, não-violência e paz. É uma visão de esperança e um chamado à ação.

Como posso difundir essa idéia?
Além de falar da iniciativa da Carta da Terra aos seus amigos e familiares, você pode publicar no seu blog, site ou perfil nas redes sociais o comercial da campanha ou banner e logotipo da Carta da Terra.

Você pode também unir-se a Carta da Terra no Orkut, Facebook, Linkedin, Youtube e Twitter comentando, divulgando e convidando seus amigos a participar dessa iniciativa. No Twitter, lhe convidamos a usar o hashtag #cartadaterrabr para tentarmos assim alcançar o maior número de pessoas.



Sobre a campanha “Começa com você”
A campanha remete ao pensamento de Gandhi que lembra que a mudança que queremos ver no mundo começa por cada indivíduo. O objetivo é fomentar entre o grande público o conceito de “Cidadania Terra” onde os interesses pelo bem comum do planeta estão acima dos individuais.

O filme será veiculado a partir do dia 22 de Abril no Brasil e na América Latina e possivelmente na Europa, em espaços doados pelas principais emissoras de televisão por assinatura e redes aberta. A campanha conta também com anúncios impressos doados por diversas revistas e jornais, um spot de rádio e banners para veiculação na internet.

terça-feira, 20 de abril de 2010

A transformação começa na base

Terremotos, chuvas torrenciais e outros desastres naturais...mesmo assim pouco muda nos governos e nas grandes organizações. No entanto, vários exemplos de uma vida mais sustentável surgem em comunidades espalhadas pelo Planeta. Técnicas de manejo, modo de vida, respeito a natureza e grandes ideias emergem em lugares afastados e que poucas pessoas conhecem.

O caos causado pelos desastres naturais nos sensibiliza por alguns dias, mas estamos realmente mudando nossos hábitos? O custo para manter nosso modo de vida não está ficando alto demais?

Cientistas discutem se o aquecimento global está ou não causando essas mudanças e continuamos sem uma posição decisiva, mas independente disso, é incontestável que nosso modo de vida (classe média e alto em países em desenvolvimento e países desenvolvidos) é insustentável se replicado para toda a população.

Esse vídeo das Quebradeiras de Coco do Maranhão nos inspira a fazer as transformações pessoais e políticas necessárias para construirmos um mundo mais sustentável.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Turismo Sustentável

No início do mês ocorreu o III Seminário: O Desenvolvimento Sustentável no Turismo, iniciativa do Banco Santander e do SEBRAE. Um dos destaques do seminários foi o Alex Khajavi, fundador da Nature Air, empresa aérea que faz a compensação de carbono das suas emissões e adota várias iniciativas sustentáveis, como você pode ver no relato abaixo:


No Brasil, o turismo sustentável está crescendo e pode ter um destaque internacional muito maior se os atores do setor se unirem para promover o turismo sustentável. A Aoka é uma agência de turismo sustentável que trabalha com várias comunidades em regiões do Brasil como Amazônia, Jalapão entre outras. Vale a pena conferir!

Nosso país tem locais incríveis como podemos ver nos vídeos do Elo Sustentável, vejam esse de Abrolhos!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Curso sobre Negócios Sociais

Apos atuar 5 anos apoiando empreendedores de negócios sociais no Brasil e no mundo, a Artemisia lança cursos sobre negócios sociais! O primeiro deles é o Usina de Ideias que apresentará por meio de vivências os problemas sociais do Brasil para que os participantes gerem ideias de soluções que possam se tornar um negócio social.

Esta é a primeira etapa de outros cursos sobre negócios sociais. Como empreendedor sou apoiado há dois anos pela Artemisia e acredito que nesse momento será excelente que eles compartilhem todos os aprendizados que tiveram nos últimos 5 anos. Assim podemos criar um verdadeiro campo de negócios sociais no Brasil.

Para quem quiser saber mais ou participar é só acessar www.artemisia.org.br 

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Desenvolvimento Sustentável e os Povos da Floresta

A Márcia Bindo, repórter da Vida Simples, escreveu uma matéria interessante sobre a rede Povos da Floresta. Uma rede que integra por meio da tecnologia, várias comunidades indígenas, que tem objetivos comuns de preservar o meio ambiente, a cultura tradicional e encontrar alternativas de geração de renda.

O acesso a internet, a cada dia, torna-se uma forma de inclusão. A Tekoha, que trabalha com comunidades de todo o Brasil, percebe na prática que as comunidades com acesso a internet tendem a alcançar melhores níveis de geração de renda, pois isso facilita o contato com compradores de seus produtos artesanais além de aumentar o acesso a cultura, a benefícios concedidos pelo governo e a comunicação com amigos e parentes.

Quando tratamos de comunidades indígenas surgem várias posições diferentes. O mais importante é que o diálogo e as escolhas sejam feitas pelas comunidades e não por teorias ou pessoas que nunca conversaram com essas pessoas. No dia a dia da Tekoha temos visto que o acesso a tecnologia é fundamental para o desenvolvimento sustentável das comunidades. No entanto, é importante que este processo seja feito pensando em fontes de energia renováveis e de baixo custo, para o acesso a tecnologia não virar um pesadelo para a comunidade.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Comunidades do Rio Arapiuns

Na 2a feira, 29/03, o Núcleo Oikos, lançou um documentário realizado em parceria com a Eletrocooperativa e as Comunidades do Rio Arapiuns. O documentário mostra as riquezas da floresta, mas surpreende com a beleza do povo, a criatividade para driblar os desafios da vida entre os rios.

Fiquei bastante emocionado ao ver o vídeo, particularmente a comunidade de Urucureá, que foi onde comecei a materializar a Tekoha. Hoje além da Tekoha vender os produtos de Urucureá, também comercializa produtos de mais 27 comunidades Brasileiras.

Cada fala nesse vídeo é uma aula sobre como viver em harmonia com a natureza e como lidar de fato com todos os desafios da vida na floresta, que não é fácil. Essas pessoas são inspiradoras, vale a pena conferir!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Bicicletas e Sustentabilidade

Uma materia da Fernanda Muller do Carbono Brasil fala sobre a relevancia das bicicletas para desenharmos um sistema de transporte urbano sustentavel. Esta cada vez mais claro que os carros nao sao a solucao, qualquer pessoa que mora em Sao Paulo ou em outras metropoles vivencia problemas de transporte todos os dias.

E pasmem, marco o setor automobilistico bateu mais um recorde de vendas! Nada contra o setor ou os carros e uma questao de racionalidade, esta inviavel locomover-se em Sao Paulo com a quantidade de carros atual e ainda nao param de comprar, acredito que em pouco tempo essa "bolha" de automoveis vai estourar e os veiculos comecaram a perder valor.

Na 4a feira tive uma experiencia de "car sharing" ou compartilhamento de carro em rede (peer to peer). A Barbara que trabalha no The Hub ia me emprestar o carro dela durante uma hora e eu propus alugar o carro por uma hora. O carro dela fica parado durante 8 a 10 horas por dia, entao o que precisamos e eventualmente usar o carro, porque nao alugar? Isso e uma coisa que podemos comecar a fazer ja! Vender nossos carros e comecar a alugar de pessoas que precisam continuar com o carro.

Ja existem empresas de "car sharing" no Brazil uma delas esta sediada no The Hub, a ZazCar. Voce passa a comprar o servico de mobilidade e nao um monte de lata e motor para ficar parado a maior parte do tempo. E quando voce nao puder ir de bicicleta, a pe, de transporte publico, voce pode usar o carro por uma ou mais horas.

A bicicleta, no meu ponto de vista, tem o melhor custo (considerando custo para todos nao so para o usuario) / beneficio como meio de transporte, mas a saida e fazer projetos de mobilidade intermodais. O JP e a Maria do Hub fizeram um video pedalando na Av Paulista para inspirar mais ciclistas!

segunda-feira, 22 de março de 2010

sábado, 20 de março de 2010

Governos começam a financiar a "Economia Verde"

O Governo de São Paulo foi pioneiro no Brasil ao criar uma linha de crédito especial para micro e pequenas empresas que querem tornar seus produtos ou serviços mais sustentáveis. Mais do que essa linha de crédito com juros de 6% ao ano o importante é que a área pública comece a dar sinais claros que vai premiar iniciativas sustentáveis e fiscalizar o não cumprimento das nossas leis ambientais que já são bastante avançadas.

Crédito diferenciado, leis ambientais e disseminação de conhecimento sobre sustentabilidade podem, juntos, incentivar uma nova geração de empreendedores e executivos que promovam a sustentabilidade em seus negócios.

Para mais informações acesse: http://www.ambiente.sp.gov.br/verNoticia.php?id=867

terça-feira, 16 de março de 2010

Sustentabilidade no dia a dia

Ontem tive mais uma experiência do caos que estamos deixando acontecer no trânsito de São Paulo. Ao retornar de uma reunião estava na avenida Nove de Julho para pegar um ônibus e observei que os carros não saiam do lugar, estava tudo congestionado e UMA PESSOA por CARRO. Os ônibus andavam um pouco melhor, pelo corredor, mas mesmo assim eram atrapalhados por carros que invadiam o corredor de ônibus. Parece banal, mas as pessoas ainda acreditam que andam mais rápido de carro. Ontem desci do ônibus e andei a pé e fui mais rápido que o ônibus e muito mais rápido que os carros, além disso aproveitei para tomar um açaí no caminho.

Um mundo sustentável se constrói com pequenas atitudes diárias e com uma mudança de modelo mental. Tem um vídeo do Akatu falando sobre o labirinto do consumo consciente no Elo Sustentável, dêem uma olhada, vale a pena!

terça-feira, 2 de março de 2010

Sustentabilidade no Recôncavo Bahiano

Essa semana estou no Recôncavo Bahiano fazendo um trabalho com 14 comunidades. O IBENS, Instituto Brasileiro de Educação em Negócios Sustentáveis, está realizando um amplo trabalho com essas comunidades e meu papel é contribuir na criação de um plano de negócios viável para o artesanato da região. São muitos desafios, pois a região tem poucos recursos financeiros, mas não falta vontade, habilidades e amor, são essas pessoas que fazem o trabalho valer a pena, gente que é gente, pessoas com seus defeitos e dificuldades, mas que não perdem o sorriso e batalham muito para criar uma vida melhor. Dona Cadu e Dona Cecê (foto abaixo) são exemplos de mulheres guerreiras!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

MMA vai financiar 12 projetos de conservação da Mata Atlântica

O portal Planeta Sustentável noticiou que o MMA vai financiar 12 projetos de conservação da Mata Atlântica, confira notícia abaixo.

O MMA – Ministério do Meio Ambiente acaba de lançar o edital Chamada 09, uma iniciativa do PDA – Subprograma Projetos Demonstrativos que promete apoiar financeiramente pelo menos 12 projetos de conservação da Mata Atlântica, que sejam desenvolvidos por ONGs de qualquer lugar do Brasil.

As organizações interessadas em participar podem enviar seus projetos para o MMA até o dia 19 de abril. A partir dessa data, uma Câmara Técnica – formada por representantes do MMA, Instituto Chico Mendes e Ibama – selecionarão os projetos que serão financiados e anunciarão os escolhidos no dia 20 de maio.

As ONGs selecionadas terão de 18 a 24 meses para executar os projetos aprovados e deverão prestar contas ao MMA mensalmente. Depois do Chamada 09, em abril o Ministério pretende lançar os editais Chamada 10 e 11, para preservação da Amazônia.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Sustentabilidade em Centros Urbanos

Ontem li um artigo no caderno Alias do Estadão muito interessante. O artigo de Stewart Brand, um biólogo americano auto do livro Whole Earth Discipline, comenta sobre a sustentabilidade de viver em centros urbanos. De acordo com seus estudos viver em comunidades em centros urbanos onde todas as distâncias são caminhaveis é mais sustentável do que viver em outras regiões.

Para chegar a essa conclusão ele se baseou na comunidade de Sausalito na Califórnia, mas ele mostra que as favelas tem esse princípio de ter muitos habitantes por metro quadrado. É óbvio que existem muitos problemas a serem superados nas favelas, mas segundo ele seria mais interessante resolver esses problemas do que essas pessoas morarem em locais afastados.

Realmente o transporte é um dos ítens que mais pesa no cálculo da nossa pegada ecológica, então uma pessoa que recicla lixo, compra orgânicos etc perde muito ao viajar de avião toda semana, por exemplo. Todos esforços são válidos para termos um planeta mais sustentável, mas é legal atentarmos para algumas métricas que fazem muita diferença, embora muitas vezes passes despercebidas.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Carro dobrável!

Depois da bicicleta dobrável, agora inventaram o carro dobrável! Quem criou este carro do futuro foi o designer norte-americano Daniel Bailey.  O carro conceitual foi nomeado como BRB Evolution, um carro esportivo bicombustivel (eletricidade ou hidrogênio).


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

GoodGuide

O Ricardo Voltolini escreveu um artigo interessante no site da Akatu sobre o GoodGuide. Um guia para o consumo consciente, com este guia, que pode ser instalado no computador, você pode acessar informações sobre mais de 75 mil produtos. Você coloca seu celular para ler um código de barras e obtem todas as informações sobre aquele produto, é fantástico.

Quem criou essa invenção foi Dara O´Rourke, professor de Berkley. Nos EUA o GoodGuide é cada vez mais utilizado, esperamos que a inovação seja trazida logo ao Brasil, algum empreendedor brasileiro interessado?

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

José Eli da Veiga na Página 22

A Revista Página 22 do Centro de Estudos de Sustentabilidade da FGV traz, na edição de fevereiro, uma entrevista com José Eli da Veiga, especialista em ecodesenvolvimento.

Eli discute o porquê do fracasso de Copenhague, mas também mostra que além dos acordos diplomáticos os novos negócios e a preocupação com a segurança energética podem impulsionar o desenvolvimento de energias alternativas.

Confira a entrevista na íntegra na Página 22

Vídeo sobre o Rio São Francisco

Vale a pena conferir esse vídeo - http://alturl.com/zrtv - sobre o Rio São Francisco e os moradores do entorno. Nesse momento que estamos vendo o Rio Tietê sumir em São Paulo e reduzirem muito as chances de algum dia ele voltar a ser um rio com vida.

Eu sinto que as vezes, nas cidades, como em São Paulo, perdemos essa conexão com o meio em que vivemos e só lembramos disso quando acontecem tempestades, cheias ou desastres. Recuperar essa consciência de integração a natureza é um desafio para nós, cidadãos, para nossas empresas e nosso governo.

Os relatos desse vídeo nos ajudam muito nesse processo, vale a pena ouvir esses senhores e senhoras cheios de sabedoria!

http://alturl.com/zrtv

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Casa construída com garrafas PET no Rio Grande do Norte

Casa construída com garrafas PET no Rio Grande do Norte desperta curiosidade! O campo de Green Building (Construções Verdes) está se desenvolvendo cada vez mais, uma boa referência é a arquiteta Karla Cunha.

Na construção da Ekoa Café e do The Hub tivemos vários desafios que na prática ainda são difíceis de resolver, mas a variedade de materiais e o número de usos diferentes cresce a cada dia.

Confira o vídeo abaixo:

Circuito Tela Verde: educação ambiental em vídeo

O circuito Tela Verde exibe vídeos sobre experiências de projetos de educação ambiental em comunidades locais do Brasil.

Os vídeos podem ser feitas pelas próprias comunidades e serão exibidos em 250 salas por todo o país. Qualquer pessoa ou instituição pode enviar o seu vídeo para o MMA, até o dia 30 de março, para educambiental@mma.gov.br ou pelo correio, para o endereço: Ministério do Meio Ambiente - Esplanada dos Ministérios - Bloco B - Departamento de Educação Ambiental - CEP: 70068-900 - Brasília - DF.

INFORMAÇOES
Junho e julho de 2010
Inscrição de vídeos até o dia 30 de março
Mais informações: http://circuitotelaverde.blogspot.com/ ou  (61) 3317 1288

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Energia

É difícil acreditar que com tantas novas tecnologias desenvolvidas para gerar energia elétrica, ainda estejamos discutindo a viabilidade de Belo Monte no Pará. O vídeo sobre a Hidrelétrica de Barra Grande mostra a devastação que foi feita na região, assista aqui http://www.blinkxbrasil.com.br/eloplayer?bid=W1vqdqiAjfYMX6AmJ...cx3GQ.
Não sou contra a geração de energia, ninguém que conheça as comunidades sem acesso a energia, deve ser, mas existem várias formas de gerarmos energia. Muitas tecnologias permitem que a geração de energia seja descentralizada.
 

Espero que as lideranças do nosso país e nós cidadãos comecemos a ver que podemos desenvolver o país por caminhos diferentes, mais modernos e inovadores do que o jeito antigo e centralizado de fazer as coisas.

Alastair Fuad-Luke no Brasil

O Flávio Gut, membro do The Hub, avisou que em abril o IDDS trará o Alastair para o Brasil! Confira detalhes abaixo:

Alastair Fuad-Luke no Brasil

Abril com idds — 2010
Co-Design Loop, ou Ciclo de Design Colaborativo

O Abril com idds — 2010, evento anual promovido pelo Instituto de Design para o Desenvolvimento Sustentável, traz ao Brasil Alastair Fuad-Luke, autor do best-seller The Eco-Design Handbook, obra de referência no setor.

Fuad-Luke, que é membro do Conselho Científico do idds e um dos principais pensadores do design sustentável mundial, vai abordar o conceito de co-design loop, uma forma de trabalho que permite projetar coletivamente, num ciclo contínuo de aprendizado. Em conjunto e ao mesmo tempo, todas as partes interessadas interagem compreendendo os problemas e experimentando soluções.

Alastair Fuad-Luke

Alastair Fuad-Luke tem mais de 30 anos de experiência como escritor, pesquisador, professor, palestrante e designer. Atualmente leciona na Inglaterra nos cursos de mestrado em Design Sustentável na Surrey Institute, University College, Manufacturing, Sustainability & Design na Cranfield University e de bacharelado em 3d Design na Goldsmiths College; além de ser palestrante internacional.

É autor do best-seller The Eco-Design Handbook e dos livros Design Ativism e The Eco-Travel Handbook, e trabalha como desenvolvedor de produtos e serviços para a Scottish Industrial Symbosis Programme na Escócia, além de desenvolver projetos em Cornwall, como o “Futuremap” que objetiva catalisar o desenvolvimento local através das melhores práticas de design sustentável.

Autor do projeto Slow Design e vice-presidente de SlowLab em Nova York, Fuad-Luke também é membro do quadro de conselheiros para a 10th Towards Sustainable Product Development Conference do Centre for Sustainable Design e fundador e diretor executivo do projeto “Tempo” - rede voltada aos profissionais de design sustentável. Atualmente é coodernador do projeto DEEDS (Design Education & Sustainability).

Fuad-Luke acredita no poder da filosofia do design, pensamentos e processos de incentivo à transformação positiva e na busca pró-ativa de resultados imaginativos para o desafio da sustentabilidade. Abraça o eco-design, design sustentável, co-design e design lento (slow-design) como abordagens de design sinérgicas para explorar novas oportunidades e modelos para a empresa e permitir impactos mais positivos para a sustentabilidade.