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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Conciliando assistencialismo e empreendedorismo para promover o desenvolvimento

O programa Bolsa Família no Brasil assumiu um cunho político muito forte e várias análises superficiais sobre o programa são feitas em função da posição política de cada indivíduo. Primeiramente, é importante deixar claro que tanto o PSDB quanto o PT têm méritos sobre a criação e a expansão do programa e que a questão que vale a pena entender é se este programa tem contribuído para a melhoria da vida das pessoas de baixa renda.

Sim, depois de muitas pesquisas o programa se mostrou como um dos mais eficientes na redução da pobreza e embora grande parte da população não beneficiada pelo programa e dos formadores de opinião no Brasil critiquem o carácter assistencialista do programa, ele é uma referência internacional no combate a pobreza. Pesquisas demonstram (para ver algumas dessas pesquisas acesse www.ids.ac.uk) que independente de condições como colocar os filhos na escola ou manter a carteira de vacinação em dia, as famílias tendem a investir mais em educação e saúde. Mitos como o uso do dinheiro para a aquisição de alcool ou cigarros foram derrubados e, sim, esses casos acontecem, mas estão longes de invalidar o programa.

No entanto, este programa pode e deve evoluir. Depois de dar o apoio com a transferência de recursos para as famílias de baixa renda, é importante incentivar atividades empreendedoras que fomentem a economia local. Imaginem se além de transferir renda por meio do Bolsa Família o governo começasse a estimular o empreendedorismo nessas comunidades? Quantos negócios poderiam ser criados? Como as famílias poderiam aumentar suas alternativas de renda? A Tekoha é uma iniciativa que contribui com a economia dessas comunidades e tenho certeza que as comunidades têm potencial para muito mais. Os negócios sociais e outras formas de organizações precisam ser criadas para fomentar essa economia local que pode definitivamente eliminar a pobreza no Brasil. Talvez esse seja o maior desafio do novo governo.

domingo, 24 de outubro de 2010

Empreendedorismo altruísta?

Na área de desenvolvimento socio-economico encontramos iniciativas que, em geral, podem ser classificadas em duas vias: pró-mercado e pró-estado. Esta definição é simplista, mas passa uma ideia do tipo de estratégias para promover o desenvolvimento numa região ou num país. As estratégias pró-mercado são bastante criticadas por contribuirem para o aumento da desigualdade e, embora gerem ganhos econômicos, na maioria das vezes eles ficam concentrados nas mãos de poucos. Já as estratégias pró-estado costumam gerar um desenvolvimento mais igualitário, mas são duramente criticadas por, involuntariamente, fomentarem a corrupção de governos locais ou nacionais.

Embora na academia seja bastante complicado integrar essas duas vias, podemos ver vários exemplos dessa integração no 'campo'. Vários empreendedores sociais que fomentam uma economia mais justa e estimulam o empreendedorismo por meio de organizações da sociedade civil são exemplos. Outros empreendedores de negócios sociais buscam colocar a lógica de mercado a serviço das pessoas que mais precisam.

O mundo não precisa criar mais riquezas como vinha criando antes e sim redistribuir. Isso é fato agora que saíram as últimas pesquisas mostrando que o maior número de pessoas pobres estão nos países de renda média, principalmente India e China e não mais nos países mais pobres da Africa (embora lá ainda existam muitas pessoas a baixo do nível de pobreza). Este é o desafio para os empreendedores de hoje. Como criar negócios / organizações que redistribuam renda? Como assegurar que as 'novas' riquezas criadas cheguem aos mais pobres?

O Brasil melhorou bastante nos últimos 16 anos, mas ainda temos 10 milhões de pessoas vivendo na linha da pobreza, como podemos mudar isso? Esse é o desafio para o novo governo, a sociedade e os (as) empreendedores (as) que queiram fazer a diferença.